
O
rei da Jordânia, os presidentes do Benim, do Gabão, do Mali e do Níger, os
primeiros-ministros britânico, espanhol, português, italiano, israelita e tunisino,
a chanceler alemã, o presidente da autoridade palestiniana, os presidentes da
comissão e do conselho europeus constaram entre as figuras mundiais que fizeram
questão de se deslocar a Paris para participar nesta marcha republicana.
A
França não deve ter visto semelhante moldura humana nas ruas desde a
libertação: políticos e anónimos de muitos credos denunciaram o anti-semitismo,
o fanatismo e a intolerância que teriam estado na base dos atentados.
Tratou-se
do massacre em Paris de 12 pessoas na quarta-feira no semanário satírico
"Charlie Hebdo", e de uma mulher polícia no dia seguinte em
Montrouge, perto da capital, e de 4 pessoas no interior de uma mercearia
judaica na sexta-feira na zona leste parisiense.
Os
dois irmãos Kouachi, franceses de origem argelina, e presumíveis autores da
carnificina no jornal parisiense acabaram por morrer também a leste da capital,
em Dammartin, bem como Amedy Coulibali, o franco-maliano autor do sequestro da
mercearia judaica parisiense.
Pedro
Passos Coelho, primeiro-ministro português, em declarações à agência lusa,
enfatizou a importância de expressar a sua solidariedade para com um atentado
visando a liberdade de expressão e de imprensa.
Também
a presidente da Assembleia da República portuguesa, Assunção Esteves, em
declarações à agência lusa, se fez representar na capital francesa enaltecendo
a importância que a comunidade internacional se dê as mãos.
Integraram
a delegação de parlamentares portugueses Telmo Correia, presidente do conselho
nacional do CDS PP, de direita.
Em
declarações a Lígia Anjos ele enfatizou a importância da reacção a este
momento, um "11 de Setembro francês", como a imprensa lhe chamou, daí
a necessidade de se combater o terror.
Carlos
Gonçalves, deputado português do PSD, de centro-direita, e presidente do grupo
de amizade parlamentar Portugal / França, presente na marcha parisiense,
sublinhou a importância da solidariedade com a França e com a vasta comunidade
lusa radicada em terras gaulesas.
Paulo
Pisco, deputado português do PS, de esquerda, marchou também em Paris para
denunciar o terrorismo que abalou a França na semana finda, alegando que esta é
uma resposta de todos os que amam os valores ocidentais, daí ser uma verdadeira
marcha transnacional.
O
corpo diplomático acreditado em Paris foi convidado a integrar esta marcha.
Fátima
Veiga, embaixadora de Cabo Verde, fez questão em se associar a este protesto
denunciando o terrorismo.
O
economista cabo-verdiano e ex deputado Atelano da Fonseca, em entrevista a João
Matos, sublinha a consternação que no arquipélago acompanhou o drama com que a
França se viu confrontada nesta semana.
Luís
Mendes, cônsul da Guiné-Bissau, representou o seu país, em sinal de
solidariedade para com a França assolada agora pelo espectro do terrorismo.
Jean-Pierre
Bensaïd, cônsul honorário de São Tomé e Príncipe em Marselha, marchou esta
tarde nesta cidade do sul de França repudiando os atentados com o lema "je
suis Charlie" (eu sou Charlie).
Jean-Pierre
Bensaid, cônsul honorário de São Tomé e Príncipe em Marselha
Miguel
da Costa, embaixador de Angola, sublinha a condenação por parte das autoridades
de Luanda, dos atentados de Paris.
No
que diz respeito a Moçambique a RFI não conseguiu viabilizar nenhum contacto
directo com a representação diplomática deste país em França por o embaixador
se encontrar ausente em Maputo.
A
repórter Lígia Anjos recolheu o testemunho de Maria da Luz Alves, portuguesa
radicada em Paris há 30 anos que explica o porquê de se ter juntado à marcha
republicana.
Já
Maria Sameiro, outra cidadã portuguesa em Paris há mais de duas décadas
preferiu não se associar à marcha por recear ainda nesta fase o espectro do
terrorismo.
Estes
alguns dos protagonistas de um dia excepcional na história de Paris com o mundo
inteiro a ter os olhos virados para a capital francesa nesta grande reacção
pública aos atentados que chocaram o país e o planeta.
A
intensa actividade diplomática que este evento suscitou serviu de base para
intensos debates sobre o reforço da lua anti-terrorista, com certos sectores a
defenderem o reforço do controlo das fronteiras exteriores do velho continente
e ainda a reforma dos chamados "Acordos de Schengen" estabelecendo a
livre circulação no espaço europeu.
Ouvir aqui»»