Cerca de 15 mil pessoas, metade da
população de Bafatá, segunda maior cidade da Guiné-Bissau, vai passar a ter
acesso a água para usar no dia-a-dia graças a um projeto financiado por
Portugal e pela União Europeia, anunciaram os promotores.
«A obra insere-se na reabilitação e
expansão de infraestruturas» de diversos bairros de Bafatá, cuja conclusão está
prevista «para março», referiu Giacomo Tedesco, membro da TESE Sem Fronteiras,
uma organização não-governamental para o desenvolvimento (ONGD) portuguesa criada
em 2002.
O projeto com o título em crioulo «Bafatá
misti mas iagu», que em português significa «Bafatá quer mais água», está
orçado em 250 mil euros.
Está prevista a abertura de dois furos com
capacidade de abastecimento de 18 metros cúbicos de água por hora, instalação
de onze fontanários, um reservatório reabilitado e reparação de vários
quilómetros de condutas subterrâneas.
A obra inclui ainda a instalação de três
geradores fotovoltaicos para o funcionamento de bombas submersíveis, que vão
permitir levar a água dos furos até à população.
O fornecimento de água pretende inverter um
cenário adverso.
A Guiné-Bissau continua a ser um dos países
mais pobres da África Ocidental.
Segundo dados de 2010 recolhidos pelo
Governo e agências internacionais, citados pela TESE, apenas 66% das famílias
do país têm acesso a uma fonte melhorada de água potável e 18% a um saneamento
adequado.
"A região de Bafatá é referida como
uma das mais afetadas pela pobreza absoluta e pela pobreza extrema em
2010", destaca a ONGD portuguesa.
Bafatá conta com uma população de 28.067
habitantes, na sua maioria mulheres (51%), dos quais apenas 52% dispõe de
acesso a uma fonte de água melhorada.
O projeto "Bafatá Misti Mas Iagu"
é promovido pela TESE Sem Fronteiras, tendo como parceiros a Associação de
Saneamento Básico Proteção da Água e Ambiente de Bafatá (ASPAAB) e a Agência
Holandesa de Desenvolvimento (SNV), com os associados Empresa Portuguesa das
Águas Livres (EPAL) e Delegacia Regional de Recursos Hídricos de Bafatá
(DRRH-B).
O projeto é financiado pela União Europeia
e pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.
A TESE Sem Fronteiras (TESE-SF) dedica-se à
promoção do acesso sustentável de comunidades rurais e periurbanas do
continente africano a serviços e infraestruturas sociais nos setores da água,
saneamento e promoção de higiene e energia.
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