Governo anuncia oficialmente, a partir
desta terça-feira, abertura de alguns pontos fronteiriços com a Guiné-Conacri.
Trata-se de Buruntuma e Fulamori (a leste do país) e Cuntabane (sul da
Guiné-Bissau), pontos oficiais de ligação com Conacri encerrados na sequência
da decisão tomada pelo Executivo guineense em agosto, para prevenir a entrada
do Vírus Ébola, que desde início do ano grassa alguns países da costa africana.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) foi
uma das entidades que questionou a decisão de encerramento das fronteiras,
salientando que é mais eficiente controlar sintomas de Ébola junto de quem
passa por um posto de fronteira oficialmente aberto, em vez de o fechar e
empurrar essa circulação para caminhos não vigiados, sem controlo.
Esta terça-feira, no anúncio oficial da
decisão, Domingos Simões Pereira lembra que nem todos pontos serão abertos aos
cidadãos dos dois países.
Refere que outras zonas de conexão
“manter-se-ão fechados até que as condições necessárias estejam reunidas”.
Neste sentido, avança que é preciso
redobrar a vigilância, porquanto o surto se manter ainda em ativo.
“Era bom que a população continuasse
mobilizada no sentido de se restringir de grandes aglomerados, cerimónias de
Toca-choro, Lumos (feiras populares), bem como outras práticas”, notou.
Todavia, o governante lembra que, as
autoridades sanitárias do país recomendam ainda a restrição do consumo da carne
de caça e evitar de qualquer tipo de contato com os animais mortos. E na
ocorrência de algum caso, evitar o seu manuseamento e automaticamente contatar
serviços sanitários mais próximos.
Dados do Governo indicam que o país terá
mais de trinta pontos de ligação não oficiais com a vizinha Guiné-Conacri, pelo
que o executivo vai tentar manter nestes sítios, as forças da defesa e
segurança para proibir a circulação das pessoas.
Recentemente, o diretor do Instituto
Nacional da Saúde Pública (INASA), Plácido Cardoso, revelou que o pessoal de
saúde que havia sido treinado para ser colocado nas fronteiras tinha
dificuldades e apenas o Aeroporto Internacional” Osvaldo Vieira” foi afetado
com pessoal.
Sobre essa matéria, o chefe do Governo
esclarece que inicialmente a sua equipa iniciou esta campanha convencida de que
precisava de treinar todo pessoal de saúde para estar em condições de responder
em caso da necessidade, mas a evolução do processo levou a uma compreensão
diferente.
E como alternativa, passou-se a falar na
criação de equipas de respostas rápidas e ”essas equipas foram de facto
treinadas e estão mobilizadas”, assinalou.
Coloca-se agora a questão de
necessidades de recursos para poder manter em vigilância permanente desses
elementos nos respetivos postos, um assunto que o próprio governante disse que
foi objeto de discussão na última reunião de coordenação criada para o efeito.
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